Há algo neste mundo que para mim tem sido algo difícil de manter, não de alcançar mas sim de manter. Está dentro de mim, é viva em mim e no entanto parece permanecer a maioria do tempo adormecida. Sei que é real e não a quero deixar morrer, mas por vezes esqueço me disso. Estou a falar da criança que há em mim, da criança que sou, da criança que sempre fui e quero ser. Aquela criança que salta e não pensa no cair, que voa e não pensa no pousar mas que quando pousa não pensa no voar, pois ela está presente no agora e vive o presente sem pensar no futuro.

A criança que corre, não com medo de algo nem com esperança de alcançar nada, corre só porque a faz feliz sentir o vento no rosto e sentir-se viva. Essa criança esteve bem acordada e viva durante aqueles dias, junto de outras crianças que brincavam comigo tal como eu. Junto daquele rio e daquelas árvores que nos davam frescura durante o forte calor. Dançámos juntas pela manhã, tarde e noite dentro, sorrimos até nos doer o maxilar, abraçámo nos como se fosse a última vez, bebemos amor e transpirámos alegria. Hitchfest, bem haja por teres acontecido, bem haja a todas as crianças que tiveram que ser crescidas sem deixar de ser crianças para tornarem aquela encontro possível. Bem haja do fundo do coração. Abraço vos e até já. Voltaremos a brincar juntos.